Amar é sorrir por nada,
E ficar triste sem motivo.
É sentir-se só na multidão,
É o ciúme sem sentido,
É o sonho paranóico
Da sombra ameaçadora,
É o desejo do teu carinho,
Do teu beijo verdadeiro e puro.
É já não saber dominar a vontade,
Que queima, consome e nunca dorme.
E fechar os olhos e saber
- Tu amas-me de verdade!
"I been drifting along in the same stale old shoes
Loose ends tying a noose in the back of my mind
If you thought that you were making your way
To where the puzzles and pagans lay
Put it together: It's a strange invitation
When I wake up someone will sweep up my lazy bones
And we will rise in the cool of the evening
I remember the way that you smiled
When the gravity shackles were wild
And something is vacant when I think it's all beginning "
Beck, Jack-ass
Quando temos a noção de luz,
Da vida fora da Caverna,
Chegar à conclusão que a vida
Terá de voltar a ser vivida nas trevas
É de uma impiedade grotesca, atroz.
Ter a certeza que existe
Uma outra realidade mais abrangente,
Menos dolorosa e sombria,
Corrói-me a alma.
Sou a prisioneira
A quem deram a sádica
Oportunidade de sair da Caverna,
E contemplar o mundo da luz.
Sou a tal prisioneira
Que foi devolvida ao
Mundo obscuro da caverna.
Os meus olhos já não estão
Habituados a este breu gelado.
Quero voltar a ter uma sombra,
Quero que o sol me queime a pele,
Quero voltar a ouvir os melros cantar,
Quero muito ver o colorido das papoilas nos campos,
Quero.. Quero muito sair daqui!
Procuro sossego para escrever
Tenho um texto cheio de tentativas
Mas o barulho à minha volta é tanto!
Passos, sempre passos,
Muitos passos,
Demasiados passos,
Portas a bater,
Abrem, fecham,
Passam pessoas,
Mais passos,
Mais ruído!
Não consigo!
O texto continua a ser
Uma soma de tentativas,
Mas tantas tentativas,
Tantos risco desconexos!
Este ruído nasce de todo o lado,
De todos os passos, de todas as portas,
De todos os carros, de toda a gente!
A vertigem do viaduto é uma tentação,
Quero mergulhar, quero calar este inferno!
Chega!!!
E eu sofro...
Sofro porque oiço as mentiras,
Vejo as ilusões, os delírios alucinantes
E principalmente, vejo aquelas almas,
Crédulas e sedentas, beber aquela
Doce cicuta que enfeitiça a alma
De tão perfeito que o mundo
Se apresenta a quem a bebe.
Só que agora,
Para assegurar a minha
Pacata existência na selva ruidosa
Vivo discretamente calada.
O mundo assim o quis,
Eu não!... mas assim fiquei.