Quinta-feira, 24 de Março de 2005

Não consigo evitar lembrar.
O pesadelo foi demasiado longo,
Ficou tatuado na minha pele.
Não se curam feridas tão profundas,
Não consigo apagar as mágoas
De quando, o chão era o meu altar,
Chorar sem verter lágrimas
Era a minha única opção,
Sorrir era o meu lamento
De arrependimento do meu
Erro mais doloroso...
Desculpa se tenho dias
Que acordo e não lembro que,
Agora não é assim.
Tu acordaste-me mas sabes,
Existem dias que acordo gelada.
Por favor, diz-me que já não é assim.
Eu sei que não é, mas quero muito
Ouvir o teu murmúrio:
Eu não vou deixar-te nesse chão frio!
Sábado, 19 de Março de 2005
Lilith
Deusa, mulher da tentação
Desde o início dos tempos
Desta frágil humanidade,
Seca-me do peso das três lágrimas,
A lágrima do passado que não vivi,
A lágrima do presente que escapa e,
A lágrima do futuro que tarda chegar!
Leva estes espinhos no vento revoltoso
Que embaraça os meus cabelos,
Ensina-me esse caminho tranquilo
Que se afasta a cada dia que termina,
A cada noite que passo longe Dele.
Quarta-feira, 16 de Março de 2005

"O Destino une e separa pessoas, mas mesmo ele sendo tão forte, é incapaz de fazer com que olvidemos, pessoas que por algum momento nos fizeram felizes..."
A todos vós, meus amigos e, especialmente a ti,
Obrigado
por estarem aí e serem quem são.
Quinta-feira, 10 de Março de 2005

O que aconteO que aconteceu?
Mais uma vez não sei...
Não sei onde errei,
Onde fiz a opção errada,
Para estar novamente aqui,
Perdida, iludida com falsos
Heróis, simples vilões que
Reclamam o meu sangue,
Não se contentam apenas
Com a minha dor, o meu grito atroz.
Dei tudo.
Novamente errei.
Ficou tudo fora do alcance.
E eu nem me apercebi,
porquê?
Onde errei?
O que fiz, ou deixei por fazer?
O que não te disse, ou talvez gritei?
O que fugiu pelos meus dedos
Sem se ver, sem se sentir.
Mais uma vez sem sentido,
Mais uma vez longe da vista,
Mais uma vez perdida,
Mais uma vez a distância,
Mais uma vez só...
Segunda-feira, 7 de Março de 2005

"A nossa perda maior não é a Morte e sim, o que morre em nós enquanto há vida."
E vocês?
Ainda estão vivos? Estão realmente vivos?
Sábado, 5 de Março de 2005

Hoje acordei cedo,
Percorri o caminho sozinha,
Vagueei perdida pelas ruas,
Caminhei ao frio procurando a tua mão
Aconchegante, suave, quente...
Este meu dia foi simplesmente
Marchar pela vastidão de avenidas sem ti,
Enfrentar a multidão vagarosa sem objectivo,
Reparar na escuridão que me rodeia
Quando não estás comigo a meu lado...
Quando o dia é apenas uma soma de minutos,
Minutos vazios sem sentido, sem forma.
É na tua ausência que me apercebo
Mais nitidamente que sou e estou,
Perdida nas ruas desta cidade sem ter para onde ir.
Ó negro suplício solitário...